Até minha adolescência, a principal reclamação da minha mãe foram os jornais espalhados pelo chão da sala - resultado de um hábito adquirido pelo meu pai. Além do jornal, eu tinha outra paixão: o rádio. Não conseguia ouvir somente um dial por muito tempo. As estações que eu mais gostava eram as das rádios comunitárias da minha cidade (Guapimirim-RJ). Não chegávamos a 40 mil habitantes, mas tínhamos cerca de 10 emissoras dividindo a audiência do público.
Para minha surpresa, uma das rádios mudou-se para o lado da minha casa. Quando vi todo aquele aparato chegando, não acreditei. Todos os dias eu subia no muro da minha casa e, para o desespero dos vizinhos, ligava o rádio no volume máximo. Um dia, um dos locutores mais queridos pelo público, Sérgio Fernandes, me chamou. Ele precisava de um assistente, e, a partir daquele dia, tornei-me o mais novo integrante da Super Guapi FM 99,3.
Dois meses depois, Sérgio faleceu. Outra figura importante para mim, Hélio de Oliveira, então diretor de programação da emissora, deu-me o veredito: “Você assume o programa.”. Inexperiente, paguei vários micos ao vivo. Mas, aquela voz rouca da puberdade logo encantou o público. Recebi o codinome de anjo, por causa da música de abertura dos meus programas. Até os 18 anos, atuei em outras três emissoras da cidade. Do rádio, migrei para a televisão, na qual me tornei apresentador e produtor do canal comunitário TVerde.
Como não tinha condições financeiras para cursar jornalismo, cheguei a fazer dois períodos de Ciências da Computação na Unifeso, em Teresópolis (RJ). E foi por causa deste curso que consegui um emprego em Niterói (RJ) - cidade na qual moro hoje. Aqui, ingressei, em julho de 2005, no curso de Comunicação Social da Universidade Candido Mendes.
Em outubro de 2006, entrei na Klabin, onde fiz meu primeiro estágio. Após um ano, ingressei na equipe de Comunicação Interna da Contax. Pouco antes de completar seis meses, fui estagiar na agência de conteúdo online Palavra-Chave, empresa que considero o divisor de águas da minha carreira. Assumi o desafio de trabalhar no meio digital e não me arrependo. Venho aprendendo cada dia mais sobre a área e pretendo me especializar neste segmento.
Paralelo aos estágios, fui repórter do jornal O Estado RJ e pesquisador-estagiário do Instituto Universitário de Pesquisa do Rio de Janeiro (Iuperj). Sou criador e editor-chefe do site Palavriando - projeto do qual me orgulho muito e que agora está em fase de reformulação - e tenho, também, publicações em dois livros da Andross Editora (um de poesia, outro de crônica), além de diversos textos publicados na internet e um documentário chamado "Gritos em um Mundo silencioso", trabalho que dirigi e produzi durante o 1º período do curso de jornalismo.
Em junho de 2009, chegou a hora: o tão esperado trabalho de conclusão de curso (TCC). Depois de pensar em vários temas, decidi abordar a favela. Logo, cheguei ao título "Favela Impressa: como os moradores da Rocinha se veem no Extra e no Globo". Um assunto desafiador, instigante e complexo, mas que tornou-se possível. E um de seus frutos é este blog, que visa à abordagem deste tema que envolve tantas questões.
Nele, colocarei não só o material produzido durante minha pesquisa, como também assuntos que tenham a ver com o tema em questão. A você, visitante, que chegou até aqui, meu muito obrigado pelo clique!
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